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terça-feira, 10 de maio de 2016

Cadeira de rodas é controlada por expressões faciais

Por Inovação Tecnológica

Controle motor

Uma cadeira de rodas que pode ser controlada por pequenos movimentos da face, da cabeça ou da íris foi desenvolvida por engenheiros eletricistas e de computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
A equipe já iniciou um projeto junto à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para tornar a tecnologia acessível e colocá-la no mercado em um prazo estimado em dois anos.
"Nosso objetivo é que o produto final custe no máximo o dobro de uma cadeira motorizada comum, dessas que são controladas por joystick e hoje custam em torno de R$ 7 mil," disse o professor Eleri Cardozo.
A tecnologia deverá beneficiar pessoas com tetraplegia, vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), portadores de esclerose lateral amiotrófica ou outras condições de saúde que impedem o movimento preciso das mãos.
Cadeira de rodas é controlada por expressões faciais
O objetivo da equipe brasileira é baratear o uso da tecnologia e torná-la adaptável para cadeiras de rodas motorizadas já existentes no mercado. [Imagem: Ag. Fapesp/Divulgação]
Juntando tecnologias
O núcleo da automação da cadeira de rodas está em uma câmera 3D com a tecnologia RealSense, da Intel, que permite interagir com o computador por meio de expressões faciais ou movimentos corporais. O processamento é feito por um notebook.
"A câmera identifica mais de 70 pontos da face - em torno da boca, do nariz e dos olhos - e, a partir da movimentação desses pontos, é possível extrair comandos simples, como ir para frente, para trás, para a esquerda ou direita e, o mais importante, parar," explicou Cardozo.
Pensando em pacientes com quadros ainda mais graves - que impedem até mesmo a movimentação facial - o grupo também trabalha em uma tecnologia de interface cérebro-computador que permite extrair sinais diretamente do cérebro, por meio de eletrodos externos, e transformá-los em comandos. O equipamento, no entanto, ainda não está embarcado na cadeira robotizada.
A cadeira também foi equipada como uma antena wifi que permite a um cuidador dirigir o equipamento remotamente, pela internet. "Essas interfaces exigem do usuário um nível de concentração que pode ser cansativo. Por isso, se houver necessidade, a qualquer momento outra pessoa pode assumir o comando da cadeira", contou Cardozo.
Melhorando a automação
O pesquisador Paulo Gurgel Pinheiro, por sua vez, pretende simplificar o sistema para que ele possa ser usado em qualquer cadeira de rodas motorizada e controlada por joystick.
Para isso, ele pretende desenvolver um software e uma minigarra mecânica que será responsável por traduzir os comandos do software de leitura facial e controlar o joystick.
"Nossa ideia é que o usuário possa baixar o software que fará o processamento das expressões faciais em seu notebook. O computador ficará conectado a essa minigarra por meio de uma porta USB. Quando ele fizer as expressões-chave, como um beijo, um meio sorriso, franzir o nariz, inflar as bochechas ou levantar as sobrancelhas, o software manda o comando para a garra e essa movimenta o joystick. Dessa forma, não mexemos na estrutura da cadeira e ela não perde a garantia," explicou Pinheiro.

O pesquisador estima que um protótipo do sistema, já batizado de Wheelie, estará pronto até o início de 2017.

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