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sábado, 25 de julho de 2015

Indústria 4.0 exigirá um novo profissional

Por Indústria Hoje

As chamadas fábricas 4.0 serão cada vez mais automatizadas e controladas por robôs.Como consequência, o perfil da mão de obra deve mudar totalmente.
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Esqueça a imagem que você tem de uma fábrica tradicional. No futuro, as linhas de produção barulhentas e confusas serão substituídas por um cenário peculiar. As chamadas fábricas 4.0 serão cada vez mais automatizadas e controladas por robôs. Máquinas dotadas de sensores conseguirão comunicar-se entre si – e tornar o processo produtivo cada vez mais eficiente.
O conceito de fábrica 4.0 ganhou força na Alemanha, onde um projeto que envolve empresas, universidades e o governo foi lançado para modernizar a já desenvolvida indústria local.Com o avanço dos sistemas de big data e da chamada internet das coisas, o controle da produção poderá ser feito remotamente. “É uma questão de tempo para que indústrias de todo tipo se adaptem a esse novo conceito”, diz Osvaldo Lahoz Maia, gerente de inovação e tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de São Paulo.
Em poucos anos, esse conceito deve se espalhar por outros países. Como consequência, o perfil da mão de obra deve mudar totalmente. “Quem quiser trabalhar nas fábricas do futuro terá de desenvolver habilidades técnicas e interpessoais bem específicas”, diz Cezar Taurion, da consultoria Litteris Consulting, especializada em tecnologia da informação e transformação digital.
Eis quatro características que os profissionais técnicos precisarão desenvolver.
1. Formação multidisciplinar
Para trabalhar numa fábrica 4.0, os profissionais terão de desenvolver um perfil multidisciplinar. “As indústrias continuarão precisando de gente com formação específica, mas eles terão de lidar cada vez mais com áreas sobre as quais não estudaram na faculdade”, diz o consultor Cezar Taurion.
Essa competência será cada vez mais valorizada porque, com processos mais eficientes, os funcionários poderão pensar em novas formas de gerar riqueza. Um arquiteto que antes só cuidava de projetos para novas plantas poderá, por exemplo, pensar em adaptações no design dos produtos que diminuam o tempo de fabricação. “Isso depende de uma boa dose de iniciativa e conhecimentos, além do que a profissão exigia no passado”, diz Osvaldo Maia.
2. Capacidade de adaptação
Nas fábricas 4.0, o conceito de automação será elevado a outro patamar. Se antes os equipamentos só eram programados para obedecer a ordens enviadas por um software, a partir de agora eles também emitirão informações sobre seu próprio ciclo de vida. Isso significa que, antes mesmo de apresentar um problema de funcionamento, uma máquina emitirá sinais de que precisa passar por uma manutenção preventiva.
Na prática, os operadores precisarão se adaptar a um novo jeito de lidar com os equipamentos. Boa parte do comando será dada a partir de sistemas mobile. “Está chegando ao fim a era do técnico que só aperta botões”, diz Maia. “Os profissionais precisarão aprender a lidar com máquinas e robôs inteligentes.”
3. Senso de urgência
A disseminação dos sistemas de big data vai permitir que os funcionários tenham cada vez mais acesso a informações que antes eram restritas aos sistemas internos das empresas. De casa, por meio de um celular ou de um tablet, os empregados poderão interferir num processo que acontece a quilômetros de distância, dentro da fábrica.
“A ideia atual de turnos de trabalho passará por uma transformação”, diz Taurion. Isso trará vantagens notáveis, mas também exigirá dos profissionais discernimento para entender os limites entre o que é urgente e o que pode ser resolvido depois. “A facilidade que a tecnologia proporciona pode fazer com que as pessoas trabalhem cada vez mais”, diz Taurion. “Os profissionais da indústria do futuro terão de aprender a equilibrar essa dinâmica.”
4. Bom relacionamento
Embora a tecnologia esteja transformando a maneira como as coisas são fabricadas, algumas regras para se manter um profissional relevante não mudam tanto assim. Ter um bom relacionamento com os colegas de trabalho continuará sendo importante – ainda mais em um ambiente em que o avanço da automação exigirá competências diferentes de cada um.
Entre os especialistas é forte a ideia de que, num ambiente cada vez mais digitalizado, a colaboração ganhará força. “O avanço da tecnologia afetará todo mundo, do chão de fábrica ao alto escalão”, diz Maia. “Quem conseguir passar por esse processo de mudanças sem grandes traumas demonstrará inteligência emocional para subir na carreira.”
Fonte: Exame

quinta-feira, 23 de julho de 2015

USP apresenta caminhão sem motorista feito no Brasil

Por Inovação Tecnológica

Com informações da Agência USP - 22/07/2015
USP apresenta caminhão autônomo feito no Brasil
O projeto está sendo desenvolvido em colaboração com a montadora Scania. [Imagem: Paulo Arias/Agência USP]
Piloto automático para caminhões
Engenheiros da USP em São Carlos (SP) apresentaram o primeiro protótipo de um caminhão autônomo totalmente desenvolvido por pesquisadores brasileiros.
A tecnologia aplicada no veículo, um caminhão Scania G360 6×4, é fruto do convênio de cooperação tecnológica firmado em 2013 entre a montadora sueca, a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).
Apesar de ainda se tratar de um protótipo, que circula apenas em uma área restrita dentro do campus da universidade, os resultados obtidos projetam um futuro promissor para os caminhões autônomos.
Operações confinadas em áreas como portos, aeroportos, fábricas ou minas, além de roteiros predefinidos, poderão utilizar essa solução em benefício da produtividade e segurança. "O sistema autônomo não vai substituir os motoristas, mas foi criado para ajudá-los a cumprir suas tarefas com mais segurança e tranquilidade", disse o professor Denis Wolf.
No transporte rodoviário, por exemplo, com um simples toque em um botão o sistema autônomo poderá assumir o controle do caminhão durante parte do trajeto, solicitando que o motorista volte a assumir o comando ao entrar em uma cidade, onde o trânsito é mais complicado.
Caminhão autônomo
O caminhão recebeu diversos itens para que o sistema autônomo pudesse controlar todos os movimentos. Foram acoplados servomotores que atuam no volante e nos freios, além da instalação de um circuito eletrônico no comando do acelerador para que seja possível controlar a velocidade do caminhão. Não foi preciso realizar nenhuma outra alteração no trem de força do veículo, pois o caminhão já dispõe de câmbio automático.
"Substituímos os pés e as mãos do motorista por sistemas de atuação mecânica e eletrônica. Depois, colocamos sensores para que atuassem como os olhos e os demais sentidos dos seres humanos. Mas a tarefa mais difícil é substituir nosso cérebro por meio de um computador", conta Wolf.
Um computador ligado a todos os sistemas do caminhão é responsável por captar as informações dos sensores, sistema GPS, interpretá-las e realizar o comando correto para a manobra - acelerar, fazer uma curva e frear.
Os pesquisadores procuraram soluções de baixo custo, para viabilizar uma possível aplicação comercial do projeto. Dessa forma, eles dispensaram o uso de sensores a laser, que onerariam muito o projeto, e optaram por empregar radares para detectar obstáculos e um par de câmeras, localizadas na parte frontal do caminhão. Essas câmeras imitam a atuação do olho humano, captando duas imagens, o que possibilita estimar a profundidade e a forma dos objetos (um semáforo, por exemplo). Há, ainda, antenas de GPS no topo da cabine, além de um sensor na barra de direção, que registra qualquer movimento no volante.
USP apresenta caminhão autônomo feito no Brasil
Antes de ir para o cérebro do caminhão, os programas são testados em um simulador. [Imagem: Paulo Arias/Agência USP]
Cérebro do caminhão
O maior desafio, contudo, foi desenvolver programas de computador capazes de interpretar as informações dos sensores.
"As câmeras registram apenas cores, precisamos criar programas extremamente complexos para interpretar se o que está naquela imagem é um carro, uma pessoa, uma árvore ou a rua", diz o professor. Outro problema é que essa interpretação precisa ser realizada de forma extremamente rápida: "O sistema tem centésimos ou até milésimos de segundo para entender o que está acontecendo, planejar o que deve fazer e executar essa ação."
Para maior segurança, antes de serem instalados no computador embarcado no caminhão, os programas são testados em um simulador virtual.
"Essa ferramenta é fundamental para o projeto, pois facilita a logística e acelera o processo de testes. No laboratório, podemos reproduzir situações de risco alto, como a fechada de outro veículo ou o aparecimento inesperado de um obstáculo na via", relata o professor.
A equipe já está testando também um automóvel sem motorista nas ruas de São Carlos, além de desenvolver veículos autônomos para terrenos não estruturados, para andar em lavouras ou campos de golfe, por exemplo.

domingo, 19 de julho de 2015

Os mais belos edifícios do mundo das últimas décadas

Por http://viajeaqui.abril.com.br/

Sustentáveis, espetaculares e inovadores, conheça os prédios que são os novos ícones do mundo da arquitetura

por Eduardo Jun Marubayashi
Em 03/07/2013
Obra faraônica. Todo mundo já ouviu essa expressão. Isso por que todo governante um tanto mais megalomaníaco que a média ordenou a construção de um edifício espetacular, de formas iconoclastas. Seja para eternizar sua memória ou marcar uma fase áurea de seus domínios, todos queriam criar uma novapirâmide de Gizé, uma nova maravilha do mundo. Que Hérodoto inclua minha obra em sua lista! Vez ou outra essas edificações espetaculares eram fruto do poderio da Igreja, foram criadas para serem desmontadas -- mas continuaram por aí (como a London Eye e a Torre Eiffel) -- ou simplesmente era um singelo (e caro) gesto de amor (o Taj Mahal).
Nas últimas décadas iniciou-se entre cidades emergentes a corrida pela construção de ao menos um edifício projetado por arquiteto de grife. Não é exatamente um movimento novo, algo já visto nos arranha-céus da Nova York do início do século 20 e na Paris da década de 1980 e os Grands Travaux de François Mitterand. Agora é a vez de cidades como Pequim, Doha, Cingapura e Abu Dhabi entrarem na festa. Conheça agora os mais belos "novos" edifícios do mundo.

La Grand Arche, Paris, França

Na década de 1980, o presidente francês François Mitterand deu início ao último grande surto construtivo de obras públicas da Europa, os Grands Travaux, embelezando (e endividando) Paris com a pirâmide do Louvre, o complexo de La Défense (foto), o Musée d'Orsay, o Parc la Vilette e a Biblioteca Nacional. Hoje, essa onda é liderada por muitas cidades do Oriente que vivem uma fase de afirmação, uma combinação de muito dinheiro e necessidade de serem reconhecidas. Curiosamente, boa parte dos arquitetos trabalhando hoje em Abu DhabiQatar Dubai são os mesmos, como I.M. Pei, Jean Nouvel e Renzo Piano. Conheça agora os mais belos edifícios do mundo construídos nas últimas décadas

Allen Lambert Galleria, Brookfield Center (BCE), Toronto, Canadá

Allen Lambert Galleria, Toronto, Canadá
O grande átrio no centro comercial e financeiro de Toronto é um projeto do espanhol Santiago Calatrava, mais conhecido por suas pontes e o complexo de projetos culturais de Valência. Sua luminosidade e sensação de amplitude tornaram o local um dos passeios favoritos da maior metrópole canadense

CCTV Pequim, China

CCTV, Pequim, China
A sede da estatal de TV da China, a CCTV, é um desafio à gravidade nos céus cinzentos de Pequim. O desenho de Rem Koolhaas -- vencedor do Prêmio Pritzker, o "Nobel" da arquitetura, de 2000 -- foi concretizado pelo escritório de engenharia Arup

WTC Bahrain, Bahrein

WTC Bahrain, Bahrein
As torres gêmeas do World Trade Center de Bahrein, projetado pelo escritório Atkins, têm como destaque três turbinas eólicas que provém boa parte da energia consumida no complexo

La Defense Offices, Almere, Holanda

La Defense Offices, Almere, Holanda
Há poucas décadas, Almere ficava no fundo das águas da baía de Zuiderzee, pertinho de Amsterdã. Com o fechamento dos diques, o que era mar virou lago (o Ijselmeer) e a ilha de Flevoland, onde fica Almere, surgiu. Aqui ficam os fotogênicos escritórios La Defense, criados pelas pranchetas do UNstudio

Museo Soumaya, Cidade do México

Museo Soumaya, Cidade do México
As linhas pouco ortodoxas do Museo Soumaya da Cidade do México foram concebidas por Fernando Romero (com a colaboração de Frank Gehry) para receber parte da coleção de arte da Fundação Carlos Slim. Em sua fachada foram aplicados mais de 15 mil "azulejos" de alumínio

Oslo Opera, Noruega

Ópera de Oslo, Noruega
Mármore, madeira de carvalho e vidro. Essa estranha combinação deu forma à singular Ópera de Oslo, projeto do escritório Snohetta

Galaxy Soho, Pequim, China

Galaxy Soho, Pequim, China
Na concepção da premiada Zaha Hadid, os fluidos espaços internos do complexo de escritórios e lojas Galaxy Soho são uma remissão aos clássicos pátios das casas de Pequim. Sem esquinas e terminações abruptas, suas linhas sinuosas criam uma atmosfera etérea

Perot Museum Dallas, Texas, EUA

Perot Museum of Nature and Science, Dallas, EUA
Quem é um pouco mais velho (tipo, 40 anos) vai se lembrar de Ross Perot, o milionário americano que se candidatou à presidência dos EUA desafiando democratas e republicanos. Perdeu, é claro. Seu legado mais concreto é o Museu Perot de Natureza e Ciência de Dallas. A fabulosa unidade em Victory Park foi projetada pelo ganhador do Pritzker de 2005, Thom Mayne, da firma Morphosis

Museu de Arte Islâmica, Doha, Qata

Museu de Arte Islâmica, Doha, Qatar
Muita gente torceu o nariz quando Ieoh Ming Pei resolveu plantar uma pirâmide de vidro bem no coração do Museu do Louvre. Hoje não dá para imagina-lo sem ela. Bem menos polêmico foi a escolha do arquiteto sino-americano na concepção do elegante Museu de Arte Islâmica de Doha, capital do Qatar

Museu de Arte Islâmica, Doha, Qatar

Museu de Arte Islâmica, Doha, Qatar
O museu é uma ode arquitetônica à cultura e artes islâmicas e já é um ícone da cidade de Doha

O Maxxi (Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo), desenhado pela premiada arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid, tem alas dedicadas a arte e arquitetura, mas cinema e fotografia também têm espaço nas salas de exibição

Maxxi, Roma, Itália
Maxxi (Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo), desenhado por Zaha Hadid (Pritzker de 2004), tem alas dedicadas a arte e arquitetura, mas cinema e fotografia também têm espaço nas salas de exibição. A premiada arquiteta anglo-iraquiana é responsável por grandes projetos, como o Centro Aquático de Londres e o Centro de Artes Perfomáticas de Abu Dhabi, ainda em fase de construção

Ninho de Pássaro, Pequim, China

Estádio Olimpico Nacional de Pequim, China
Principal palco dos Jogos Olímpicos de Pequim, o Ninho de Pássaro é um projeto da dupla Herzog e de Meuron. Os vencedores do Pritzker de 2001 são responsáveis pelos projetos do Tate Modern (Londres), da Allianz Arena (Munique) e do Teatro da Dança de São Paulo, ainda no papel

Shanghai Financial Center, Xangai, China

Shanghai World Financial Center, Xangai, China
Parece um abridor de garrafa gigante, mas o SWFC (o edifício mais alto, à esquerda) é o mais novo (e bem mais elegante) membro do já congestionado skyline da frenética Xangai. Projeto do escritório Kohn Pedersen Fox

Turning Torso, Malmo, Suécia

Turning Torso, Malmo, Suécia
O Turning Torso é o mais alto edifício da Suécia com 190,4 metros de altura. Projetado por Santiago Calatrava, é um dos novos ícones arquitetônicos de Malmo

Liverpool, Reino Unido

Museum of Liverpool, Reino Unido
Liverpool tem bem mais a oferecer que tours fajutos dos Fab Four. Seu conjunto notável de museus é capitaneado pelo Museum of Liverpool, dedicado à história local, patrimônio da humanidade pela Unesco. O projeto ficou a cargo da 3XN, escritório que ganhou notoriedade com a premiada sala de concertos Muziekgebouw aan 't IJ de Amsterdã

Cingapura

Marina Bay Sands, Cingapura
Este gigantesco complexo que combina resort, museu, centro de convenções e cassino na marina de Cingapura é simplesmente estonteante. O SkyPark, um deck unindo as três torres de quartos do hotel, abriga restaurantes, bares e uma espetacular piscina ao ar livre. O projeto foi concebido por Moshe Safdie, com a fundamental engenharia da Arup


Foto: Getty Images
Arranha-céu The Shard, Londres, InglaterraAnteriorPróxima
The Shard, Londres, Reino Unido
Tão ou mais polêmico do que o estranhérrimo "Gherkin" (cujo nome oficial é 30 St Mary Axe), o Shard agora é dono absoluto dos céus de Londres. São mais de 300 metros de aço, concreto e vidro concebidos por Renzo Piano, o homem por trás de ícones arquitetônicos como a sede do New York Times, o aeroporto internacional de Kansai e o Centro Pompidou (este em parceria com Richard Rogers)


Foto: Divulgação
Capital Gate Abu Dhabi, Emirados Árabes UnidosAnteriorPróxima
Capital Gate Tower, Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos
A torre de 160 metros do Capital Gate, projetado pelo escritório RJMJ Architects, é considerada a mais inclinada do planeta. Nos próximos anos Abu Dhabi inaugurará uma série de edifícios na ilha de Saadiyat concebidos por peso-pesados do mundo da arquitetura, como os ganhadores do prêmio Pritzker Jean Nouvel, Zaha Hadid, Tadao Ando, Frank Gehry e Norman Foster 


Foto: Thinkstock
Burj Khalifa, Dubai, Emirados Árabes UnidosAnteriorPróxima
Burj Khalifa, Dubai, Emirados Árabes Unidos
O edifício mais alto do mundo é apenas uma das muitas construções extravagantes de Dubai. Seus 829,8 metros de altura foram desenhados pela companhia Skidmore, Owen e Merrill


sábado, 18 de julho de 2015

NASA seleciona ideias para "empreendimento imaginativo"

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/06/2015

NASA faz
A esperança é que essas ideias - criativas, mas cujas possibilidades de execução ainda não foram verificadas - levem a algo "verdadeiramente histórico". [Imagem: NASA]
Empreendimento imaginativo
A NASA selecionou seis conceitos para serem estudados durante um projeto de dois anos, como parte de um "empreendimento imaginativo".
A esperança é que essas ideias - criativas, mas cujas possibilidades de execução ainda não foram verificadas - levem a algo "verdadeiramente histórico".
A palavra de ordem, segundo a agência norte-americana, é "transformativo", algo que possa ajudar a superar os maiores desafios na aviação relacionados ao uso de combustível, preservação do meio ambiente e gestão do crescimento do tráfego aéreo global.
A NASA reconhece que é possível que, após os estudos, os pesquisadores descubram que, por qualquer razão - tecnologia, custo, leis da física - a resposta seja "Não, isto não é viável. Pelo menos não agora."
"Será que o fracasso é uma opção? Depende da sua definição de fracasso. Nós vamos fazer as perguntas e ver se essas ideias são viáveis ou não. Pode ser que simplesmente não sejam viáveis, mas então tudo bem," disse Doug Rohn, gerente da NASA para o "Programa Conceitos Aeronáuticos Transformativos".
Veja abaixo as seis ideias que, com sorte, poderão mostrar-se viáveis no futuro.
Estruturas multifuncionais com armazenamento de energia
Um dos desafios para a propulsão elétrica de aviões é a massa (volume e peso) das baterias que devem ser transportadas dentro da aeronave.
Mas, e se a própria estrutura da aeronave pudesse servir como bateria? Os avanços em materiais, química e nanotecnologia podem, de alguma maneira, tornar isso possível.
Na verdade, usar a lataria de automóveis como bateria é um conceito que vem sendo pesquisado há algum tempo. O desafio é tornar tudo leve e seguro o suficiente para o uso em aviões.
NASA faz
Aviões elétricos estão entre as principais ideias rumo a uma aviação menos poluente. [Imagem: NASA]
Propulsão híbrida-elétrica de alta tensão
Outro desafio na implementação da propulsão elétrica em aviões é como tornar todo o sistema de distribuição de energia o mais eficiente e leve possível.
Uma possível solução pode ser encontrada nos avanços das pesquisas com alta tensão, principalmente com as unidades de frequência variável já utilizadas no solo, que reduzem significativamente o tamanho e o peso dos equipamentos.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores vão analisar a possibilidade de uso de um isolamento autocicatrizante no sistema de distribuição de energia. A ideia é que, se surgir qualquer deterioração em uma conexão elétrica de alta tensão, o sistema de isolamento repare-se automaticamente, reduzindo os problemas em voo e a manutenção no solo.
Sistema Operacional Autônomo para VANTs
Uma das preocupações com os VANTs (veículos aéreos não tripulados) é como a sua lógica interna - o seu software - poderia responder a situações imprevistas, como um súbito agravamento do tempo, ou uma outra aeronave voando muito perto.
Situações assim exigem uma mudança repentina nos controles, o que é difícil de conciliar com o "comportamento programado" dos softwares.
A questão é saber se os avanços na programação e na inteligência artificial podem tornar possível que um VANT responda a essas situações por conta própria, sem interação humana remota, de maneiras que sejam tão confiáveis e previsíveis como se o veículo estivesse sendo conduzido por um piloto humano certificado.
Aeroestrutura Composta Adaptativa
Nos últimos anos tem havido avanços na fabricação e utilização de materiais compósitos em estruturas de aeronaves, assim como avanços na concepção dasaeronaves do futuro, que poderão se adaptar às mudanças nas condições de voo usando técnicas como a mudança da forma de suas asas.
A questão é saber o que acontecerá se essas tecnologias puderem ser combinadas de tal forma que as estruturas compostas super fortes e leves também sejam capazes de se tornar flexíveis e mudar suas formas conforme necessário durante o voo.
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Uma das ideias pretende eliminar os testes em terra e nos túneis de vento, passando diretamente do projeto em computador para o protótipo de voo. [Imagem: NASA]
Aprender a voar
Historicamente, o processo de concepção, construção, teste e certificação de novos aviões pode levar anos e custar muito dinheiro.
A questão é, será que estamos avançados o suficiente em nossa compreensão do voo e do uso de ferramentas informáticas para que possamos automatizar os novos projetos, criando aviões que passem diretamente dos computadores para o ar, sem a necessidade dos exaustivos testes em terra?
Gêmeos digitais
A questão aqui é se é possível construir um modelo de computador capaz de simular com precisão como uma aeronave ou seus componentes individuais serão afetados pelo envelhecimento.
A ideia é criar um "gêmeo digital" de um avião específico, cujo envelhecimento possa então ser simulado de forma acelerada.
Isso poderia ajudar a prever quando os problemas podem surgir, a fim de evitar que eles aconteçam.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Astrônomos brasileiros descobrem Sistema Solar 2.0

Por Inovação Tecnológica

Com informações do ESO - 16/07/2015
Astrônomos brasileiros descobrem Sistema Solar 2.0
Concepção artística do planeta gigante gasoso gêmeo de Júpiter em órbita de uma estrela gêmea do Sol, a HIP 11915.[Imagem: ESO/M. Kornmesser]
Semelhanças cósmicas
Uma equipe internacional liderada pelo astrônomo Jorge Melendez, professor no Instituto de Astronomia da USP, descobriu um planeta com uma massa muito semelhante à de Júpiter, em órbita de uma estrela semelhante ao Sol.
Embora já se tenham descoberto muitos planetas semelhantes a Júpiter, a uma variedade de distâncias de estrelas do tipo solar, o planeta agora descoberto, tanto em termos de massa como de distância à sua estrela hospedeira, e em termos de semelhança entre esta estrela e o nosso Sol, é o análogo mais preciso encontrado até agora do Sol e de Júpiter.
De acordo com as teorias atuais, a formação de planetas com a massa de Júpiter desempenha um papel importante na arquitetura dos sistemas planetários. A existência de um planeta com a mesma massa e numa órbita semelhante à de Júpiter em torno de uma estrela do tipo do Sol abre a possibilidade de que o sistema planetário em torno desta estrela seja semelhante ao nosso próprio Sistema Solar.
A estrela HIP 11915 tem aproximadamente a mesma idade que o Sol e uma composição química semelhante à do Sol, o que sugere que possam existir também planetas rochosos em órbitas mais próximas da estrela.
Até agora, os rastreios de exoplanetas têm sido mais sensíveis a sistemas planetários que são povoados nas suas regiões mais internas por planetas muito grandes, com massas de, no mínimo, algumas vezes a massa da Terra. Isto contrasta com o Sistema Solar, onde existem pequenos planetas rochosos nas regiões interiores e gigantes gasosos, como Júpiter, mais para o exterior.
De acordo com as teorias mais recentes, a arquitetura do Sistema Solar, propícia ao desenvolvimento da vida como a conhecemos, foi possível graças à presença de Júpiter e da sua influência gravitacional exercida no Sistema Solar durante a fase da sua formação.
Isto leva a crer que encontrar um planeta gêmeo de Júpiter é um marco importante na busca de um sistema planetário que seja semelhante ao nosso.
Terra 2.0 e Sistema Solar 2.0
A equipe liderada pelos brasileiros vinha observando estrelas do tipo do Sol numa tentativa de encontrar um sistema planetário semelhante ao nosso.
"A procura de uma Terra 2.0 e de um Sistema Solar 2.0 completo é um dos esforços mais excitantes da astronomia. Estamos muito entusiasmados por fazer parte desta investigação de vanguarda, tornada possível pelas infraestruturas observacionais disponibilizadas pelo ESO [Observatório Europeu do Sul]," disse Jorge Melendez - o Brasil é sócio do Observatório Europeu do Sul.
A hospedeira do planeta, a gêmea solar HIP 11915, não é apenas semelhante ao Sol em termos de massa, mas tem também aproximadamente a mesma idade. Fortalecendo ainda mais as similaridades, a composição desta estrela é semelhante à do Sol. A assinatura química do nosso Sol pode estar parcialmente marcada pela presença de planetas rochosos no Sistema Solar, o que indica a possibilidade da existência de planetas rochosos em torno da HIP 11915, que ainda deverão ser localizados.
As atuais técnicas de detecção são mais sensíveis a planetas grandes ou massivos situados próximo das suas estrelas hospedeiras. Planetas pequenos e de pequena massa estão, na maioria dos casos, além das nossas atuais capacidades de detecção.
Planetas gigantes que possuem órbitas mais afastadas das suas estrelas são também mais difíceis de detectar. Consequentemente, muitos dos exoplanetas que conhecemos atualmente são enormes e/ou massivos, e situam-se próximo das suas estrelas progenitoras.
Bibliografia:

The Solar Twin Planet Search II. A Jupiter twin around a solar twin
M. Bedell1, J. Meléndez, J. L. Bean, I. Ramírez, M. Asplund, A. Alves-Brito, L. Casagrande, S. Dreizler, T. Monroe, L. Spina, M. Tucci Maia
Astronomy and Astrophysics
http://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1529/eso1529a.pdf

sábado, 11 de julho de 2015

Materiais multifuncionais parecem coisas vivas

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/07/2015

Materiais multifuncionais parecem coisas vivas
O sonho de longo prazo dos pesquisadores é selecionar as funções desejadas e sintetizar os materiais necessários para executá-las. [Imagem: Stoyan Smoukov]
Vida sintética
Fica cada vez mais claro que não é necessário replicar mecanismos biológicos dos seres vivos para obter materiais que se adaptam às circunstâncias e até evoluem.
Novas técnicas têm permitido criar géis pulsantes que fazem cálculosmateriais que evoluem para apresentar comportamentos previsíveis e desenvolver comportamentos computacionais emergentes.
Agora, uma nova receita permitiu combinar múltiplos materiais, cada um com sua própria funcionalidade, para criar um material híbrido com múltiplas funções.
Vida sintética
As funções e propriedades apresentadas por esses materiais híbridos lembram em tudo os tecidos vivos, incluindo movimento, lembrança de movimentos anteriores e sensibilidade a fatores externos. Só que tudo feito por um material inteiramente sintético - essencialmente um tipo de plástico.
Esses materiais poderão ser usados para criar robôs mais eficientes e mais simples, substituindo a complexidade e o peso dos motores e engrenagens por um único material mais inteligente, uma espécie de músculo artificial de nova geração. Mas poderão fazer muito mais do que isso.
"Nós costumamos pensar nos materiais sintéticos como coisas estruturais, e não funcionais. Mas nós estamos entrando em uma nova era de materiais multifuncionais, que poderão eles próprios serem considerados robôs, já que podemos programá-los para que eles desempenhem uma série de ações de forma independente," disse o professor Stoyan Smoukov, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Redes interpenetradas
A equipe de Smoukov já havia criado um músculo artificial que lembra e repete os movimentos. Agora eles misturaram o músculo artificial com outro material, para obter novas funções, e ainda aprimoraram a técnica para que seja possível projetar e sintetizar os materiais para que eles desempenhem as tarefas precisas que se tem em mente.
Os materiais são sintetizados em uma reação única, no interior de um reator, ou através de uma série de reações sequenciais, em que as partes componentes são sintetizadas separadamente, uma a uma, e sequencialmente misturadas em nanoescala.
Nesta demonstração foram utilizados dois materiais pertencentes à classe dos "polímeros inteligentes", ou músculos artificiais poliméricos: o primeiro é um polímero eletroativo iônico, que se dobra ou incha com a aplicação de um potencial elétrico, e o segundo é o polímero com memória de forma criado pela equipe anteriormente, que pode ser programado para retornar a formatos pré-programados depois de ter sido deformado.
Materiais multifuncionais parecem coisas vivas
Representação esquemática da rede interpenetrada. [Imagem: Wiley]
O material combinado é o que os pesquisadores chamam de "rede interpenetrada": como os componentes são misturados em nanoescala, há rotas dos componentes individuais de uma ponta a outra do material, mas há também fronteiras em nanoescala, nas quais cessa o comportamento de um dos materiais e começa o do outro.
Essa interpenetração dá ainda ao material uma estabilidade mecânica muito grande, o que é um adicional importante para sua utilização como um músculo artificial que "sabe o que deve fazer".
Múltiplos comportamentos sintéticos
Como eles reagem a fatores externos, o comportamento desses materiais pode ser controlado de diversas maneiras, incluindo pela luz, compostos químicos, campos elétricos ou magnéticos ou pela alteração de temperatura.
Em resposta, eles podem se mover, mudar de cor, emitir luz, gerar eletricidade ou mudar de forma.
A equipe pretende a seguir misturar mais do que dois materiais para obter funcionalidades ainda maiores.
"Nós estamos tentando projetar materiais que se aproximem da flexibilidade das coisas vivas," disse Smoukov. "Vendo a funcionalidade dos seres vivos, em seguida queremos extrair aquela funcionalidade e encontrar uma maneira de fazê-la de forma mais simples em um material sintético. Nós estamos descascando algumas das camadas de mistério que cercam a vida."
Bibliografia:

Smarter Actuator Design with Complementary and Synergetic Functions
Alexandre Khaldi, Cedric Plesse, Frederic Vidal, Stoyan K. Smoukov
Advanced Materials
Vol.: Early View
DOI: 10.1002/adma.201500209

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Turbinas gêmeas aproveitam ventos sob pontes e viadutos

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/07/2015

Turbinas gêmeas aproveitam ventos sob pontes e viadutos
Pares de turbinas idênticas maximizam o potencial gerado por área e minimizam o custo das instalações. [Imagem: José Antonio Peñas/Sinc]

Energia eólica em pontes
Turbinas eólicas não precisam ser instaladas sempre em postes: elas podem ocupar os vãos das pontes e viadutos.
É o que estão propondo Oscar Soto e seus colegas da Universidade Kingston de Londres, a partir de dados coletados em uma ponte real, o Viaduto Juncal, nas Ilhas Canárias.
Partindo das informações reais, modelos e simulações de computador concluíram pela viabilidade de turbinas em formato de disco e de pequenas dimensões, o que amplia a aplicabilidade do conceito.
"Como é natural, quando maior a superfície do rotor, mais energia pode ser produzida. Contudo, já se sabe que nas turbinas eólicas menores a potência por metro quadrado é maior," explicou Soto.
Depuração das árvores
Com base nas dimensões dos vãos da maioria das pontes e viadutos, Soto e seus colegas recomendam o uso de pares de turbinas idênticas, de forma a maximizar o potencial gerado por área e minimizar o custo das instalações.
Cada ponte ou viaduto possui características diferentes; no caso específico da ponte analisada, o potencial foi estimado em 0,25 MW por rotor - logo, cada par de turbinas gerará 0,5 MW.
"Isto seria o equivalente ao consumo médio de 450 a 500 casas," diz Soto. "Esse tipo de instalação poderia evitar a emissão de 140 toneladas de CO2 por ano, valor que representa o efeito de depuração de cerca de 7.200 árvores."
Bibliografia:

Power output of a wind turbine installed in an already existing viaduct
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Renewable and Sustainable Energy Reviews
Vol.: 48, August 2015, Pages 287-299
DOI: 10.1016/j.rser.2015.03.097