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domingo, 31 de janeiro de 2016

Biorretenção combate enchentes e limpa a água

Por Inovação Tecnológica

Sistema de biorretenção combate enchentes e limpa a água
O sistema é barato e não interfere na paisagem local, podendo ser usado em áreas com tráfego intenso de veículos. [Imagem: Loide Angelini Sobrinha/UFSC]
Seguro contra enchentes

Engenheiros da USP de São Carlos (EESC-USP) estão desenvolvendo um sistema de drenagem de água de chuva alternativo que pode contribuir para minimizar o problema das enchentes nas cidades.
As estruturas, chamadas tecnicamente de sistemas de biorretenção, funcionam como um reservatório para o amortecimento da água da chuva, armazenando-a por um determinado período de tempo de modo que possa posteriormente infiltrar ou ser absorvida naturalmente pelo solo.
Há grandes vantagens em relação aos tradicionais "piscinões", sendo uma das principais o fato de que esses sistemas podem ser instalados em unidades menores, até mesmo residenciais.
"O sistema permite captar a água da chuva antes de ser lançada diretamente em um rio ou córrego de uma cidade, por exemplo, para que possa ser tratada previamente e infiltre no solo com velocidade e volume adequados, diminuindo o risco de inundações. Por isso, pode ser útil para a prevenção de enchentes", disse Altair Rosa, participante do projeto.
Sensores de poluentes
A solução de drenagem consiste na construção de filtros subterrâneos permeáveis, compostos por camadas sobrepostas de grama, areia, brita e manta geotêxtil. Além de deter temporariamente volumes excessivos de água durante chuvas muito fortes, o mecanismo permite reter poluentes.
A camada superficial do sistema, composta por vegetação, permite reter a água da chuva de modo a não causar problemas de erosão. Em conjunto com as camadas de areia, brita e a manta geotêxtil, a camada de vegetação também auxilia na retenção de poluentes carreados pela água da chuva.
"Ao passar por essa série de filtros, a água da chuva torna-se cada vez mais tratada antes de chegar ao lençol freático", detalhou Altair.
Sistema de biorretenção combate enchentes e limpa a água
O engenheiros estão avaliando vários métodos de construção do sistema. [Imagem: Loide Angelini Sobrinha/UFSC]
Para monitorar a qualidade e quantidade da água escoada, os pesquisadores instalaram sensores na entrada e na saída do sistema de biorretenção, além de um sistema de transmissão de dados em tempo real a fim de possibilitar o controle do funcionamento.
"A ideia do uso desses sensores é que, com o advento de tecnologias voltadas a tornar as cidades inteligentes, no futuro próximo seja possível que os próprios cidadãos ou moradores de um edifício, por exemplo, controlem o tratamento da poluição da água por esses sistemas de biorretenção", afirmou Eduardo Mário Mendiondo, pesquisador responsável pelo projeto.
Os sensores de monitoramento mostraram-se capazes de medir com bastante precisão os níveis de metais e substâncias, como nitrito, nitrato e fósforo na água recebida pelo sistema.
Vantagens da biorretenção
De acordo com os pesquisadores, algumas das vantagens do sistema alternativo de drenagem de água e biorrentação incluem o fato de ele poder ser modificado e expandido de acordo com o grau de urbanização de uma determinada área, ser barato, não interferir na paisagem local e ajudar a controlar a poluição em áreas com tráfego intenso de veículos, uma vez que os poluentes são carreados pela água da chuva escoada para o sistema.
Além disso, também pode servir para outros finalidades, como tratamento de efluentes, e ser usado em conjunto com os sistemas de drenagem urbana usados hoje nas cidades, baseados em canalizações.

"Em vez de colocar só um bueiro em uma via, por exemplo, é possível associá-lo a esse sistema de drenagem alternativo, que permite não somente escoar essa água da chuva, como também fazer com que se infiltre ou seja absorvida pelo solo e retenha parte da poluição que é gerada na bacia em razão da constante urbanização", disse Mendiondo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

MADRILENA VÊ (E INVENTA) UMA SÃO PAULO EXTRAORDINÁRIA

Pubblicado Por Outra Cidade em 29/01/2016
Escrito por: Camila Montagner




O que é? Ángela León é espanhola e encontrou uma forma muito particular de se adaptar à mudança para o Brasil: conhecer a história da cidade e, ao mesmo tempo, criar outras formas de se viver nela. O resultado da experiência foi publicado no livro Guia Fantástico de São Paulo, que retrata “o lado mais cotidiano, autêntico e incrível” da capital paulista.
Outro lugar, que fica aqui mesmo
Ángela cresceu em Madri ouvindo as histórias sobre São Paulo contadas pelos seus avós maternos, que guardavam boas lembranças dos anos 1950, quando viveram aqui, mas tiveram que voltar para a Europa no início da ditadura militar. Em 2011, a crise econômica  que minguava as ofertas de trabalho na Espanha impulsionou decisão de deixar o país. Ángela veio morar centro da maior cidade brasileira com o seu “companheiro”, Miguel Rodríguez, que faz parte do coletivo Brasurama.
Um das primeiras ideias que desenhou no Brasil, feitos por ela logo após sua chegada, foi a dos balanços instalados embaixo do Minhocão, do qual Ángela era vizinha. Durante o Festival Baixo Centro, ela e Miguel de fato transformaram o elevado Costa e Silva num gigantesco playground, que depois foi reproduzido no Viaduto do Chá.
Até então, eu não tinha feito muitos desenhos. Foi uma forma de conhecer a cidade, de me familiarizar e de gostar de São Paulo. É difícil, é muito diferente a relação com o espaço público, se formos comparar com a Espanha. Tem a natureza, coisas super legais que fui descobrindo, ideias que foram pensadas para a cidade
Ángela León

Para saber se a cidade que ela via fazia sentido para os paulistanos e as pessoas que, como ela, vieram dos mais variados cantos do mundo para viver aqui, seus desenhos foram compilados em um zine e também publicados em uma página do Facebook. Depois desse primeiro teste, Ángela criou uma campanha de crowdfunding para financiar a primeira edição do Guia Fantástico de São Paulo, que foi lançado no início de 2015.
No livro, a São Paulo de hoje convive com aquela que já existiu e com as criações de Ángela. O roteiro pelo lado mais extraordinário de São Paulo passa pelo prédio do Banespa, o Aeroparque de Congonhas e as vilas operárias. Não se sabe ao certo onde começa a invenção, e a autora se diz satisfeita em levar o leitor a se interessar em descobrir o que é verdade e o que não é. Ainda sim, ela faz questão de destacar que o Guia reúne a sua visão da cidade, mas que muito pouco dele foi inventado.
A maior parte das ideias ou alguém já pensou, ou já existiram. É ao mesmo tempo uma versão pessoal do que seria a cidade ideal, mas tudo o que está ali tem a capacidade de existir. São Paulo tem potencial para ser assim.
Ángela León
Ángela não esconde as concessões que São Paulo fez em nome da expansão urbana, mas estimula um exercício imaginativo para regenerar algumas das ideias ligadas ao desenvolvimento urbano local. Podemos não ter mais o telhado-jardim – proposto por Le Corbusier – adotado pelo prédio da Av. São João em 1930 porque ainda eram precárias as técnicas de impermeabilização de coberturas, mas temos a cobertura verde do Centro Cultural São Paulo.
A autora reserva um espaço especial na sua obra para a flora nativa e as águas. As sacadas tropicais dão vista para rios limpos e navegáveis, o túnel que leva para a avenida Dr. Arnaldo vira o Balneário da Paulista e se encontra toda variedade de frutas na banca da esquina. Ángela conta que sente saudades de tomar água de coco na barraquinha embaixo do prédio onde morava. Ela voltou para Madri no inicio de 2015.
A madrilena conta que vem frequentemente para a capital paulista, onde sua amiga Luana Geiger se encarregou de tirar do papel o piscinão do Minhocão, outra de suas ideias. “Há em São Paulo uma vontade muito grande de mudança e o seu livro acabou se encaixando bem no momento da cidade”, reconhece. Apesar de ela estar se instalando em Madri para ficar, pretende voltar para o Brasil para expor seu trabalho sobre uma São Paulo que parece cada vez menos improvável.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Facebook anuncia segundo data center na Europa

Por IDGNOW!, com IDG News Service

25/01/2016 - 14h16
É o sexto data center da rede social no mundo, totalmente baseado no Open Compute Project
O Facebook se prepara para usar um novo data center na Europa, localizado em Clonee, na Irlanda. Será o seu sexto no mundo e o segundo fora dos EUA.
O novo data center será equipado com servidores (processamento e armazenamento) baseados no Open Compute Project, iniciativa da rede social que compartilha projetos open source com outros operadores de data center para padronizar e reduzir os custos de hardware. Incluindo o Yosemite, um chassi modular para micro-servidores de alta potência, projetado por engenheiros da empresa.
A rede social já tem outro data center na Europa, em Lulea, na Suécia, que aproveita as temperaturas geladas de lá para economizar energia necessária para resfriar o ambiente.
O data center de Clonee também foca em sustentabilidade. Usará energia 100% renovável, aproveitando a oferta abundante de vento no local, segundo o vice-presidente de Engenharia, Jay Parikh. "Isso vai nos ajudar a alcançar nosso objetivo de fornecer energia limpa e renovável para metade de toda a nossa infraestrutura até o final de 2018", acrescentou.
A Irlanda tem sido a sede internacional do Facebook desde 2009, e do novo data center de Clonee "dá continuidade ao investimento significativo do Facebook no país e na Europa", escreveu Tom Furlong, vice-presidente do Facebook para infraestrutura.
Ter um data center na Irlanda também vai ajudar o Facebook a atender a qualquer demanda local de proteção de dados do consumidor, que segundo diretivas europeias devem ficar dentro da Europa. Em Outubro, o Tribunal de Justiça da União Europeia passou a considerar inválido o acordo "Safe Harbor" que rege as transferências de dados pessoais entre os EUA e a União Europeia.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Mesa inteligente tem memória e sugere descansos

Por redação do Site Inovação Tecnológica -  

Mesa inteligente tem memória e sugere descansos
Os usuários podem escolher entre trabalhar de pé ou sentados.[Imagem: Ergon Desk/Divulgação]
Estação de trabalho inteligente

Engenheiros espanhóis criaram um novo conceito em estação de trabalho.
A intenção era criar uma mesa de trabalho colaborativa e cooperativa, mas que respeitasse as necessidades e as características de cada trabalhador.
A mesa inteligente, batizada de Ergon Desk, tem um projeto ergonômico fundamentado em elementos móveis, que permitem adaptar cada posto de trabalho à pessoa e aos equipamentos utilizados, de um computador de mesa a notebooks, tablets e celulares.
Os trabalhadores podem ajustar a altura da mesa e também optar por trabalhar sentados ou de pé.
Cada posto de trabalho é operado individualmente e é equipado com sensores, que não apenas aprendem com os padrões de comportamento do usuário, mas também recomendam mudanças de postura e intervalos com base nos critérios ergonômicos que melhor se adequam à forma como o usuário trabalha e descansa.
Mesa inteligente tem memória e sugere descansos
Há cerca de trinta e cinco condições médicas associadas com a natureza sedentária do trabalho de escritório. [Imagem: Ergon Desk/Divulgação]
Mesa com memória
"No começo do expediente, nós queremos ser capazes de logar na nossa estação de trabalho e a mesa irá responder reconhecendo nossas configurações de trabalho, nossa altura, tanto sentados como de pé, e nossas preferências para o grau de inclinação da mesa," disse David Mata, da Universidade Carlos III de Madri, na Espanha.
Segundo ele, "há cerca de trinta e cinco condições médicas associadas com a natureza sedentária do trabalho de escritório, e a Ergon Desk pode ajudar a minimizar estas doenças, bem como aumentar a produtividade durante o dia de trabalho".

Mata e seus colegas fundaram uma empresa que foi acolhida na incubadora da universidade com vistas a colocar a mesa inteligente no mercado.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Li-Fi: México torna-se pioneiro em internet por luz

Por redação do Site Inovação Tecnológica -  

México torna-se primeiro país a comercilizar tecnologia Li-Fi
A empresa mexicana também está disponibilizando soluções Li-Fi para abajures e luminárias de mesa.[Imagem: InvDes]

Li-Fi
O México tornou-se o primeiro país a colocar no mercado a tecnologia de conexão Li-Fi, que promete substituir a Wi-Fi.
A tecnologia Li-Fi permite a transmissão de áudio, vídeo e internet até 100 vezes mais rápido, através da luz de LEDs e outras luminárias, ou seja, por meio de luz visível, substituindo as ondas de rádio do sistema Wi-Fi.
"Imagine ter internet através de cada luminária, evitando os problemas de velocidade e largura de banda saturadas porque todo mundo está conectado," disse Arturo Campos, responsável pelo lançamento do serviço, chamado LedCom, da empresa Sisoft.
Segundo ele, a taxa de transmissão do LiFi permitirá o aumento da velocidade da internet para até 10 gigabits por segundo em alguns casos, o equivalente ao download de um filme HD em apenas 30 segundos, embora a velocidade dependa da empresa fornecedora.
E uma já vislumbrada segunda geração da tecnologia poderá alcançar larguras de banda ainda maiores, assim que os lasers brancos consigam sair dos laboratórios.
Custos do Li-Fi
Para transmitir os sinais por luz, os chips Li-Fi da SiSoft foram projetados para captar os sinais do roteador e convertê-los em alterações no brilho emitido pelos LEDs. O receptor é conectado ao computador por uma porta USB.
A empresa anunciou uma capacidade de produção de 10.000 chips Li-Fi por mês.
Campos afirmou que serão colocados no mercado diferentes kits, que variam de cinco lâmpadas até a iluminação completa de uma casa ou escritório, garantindo a transmissão de dados para qualquer canto iluminado.
Os custos vão depender do tipo de luminária, sendo estimados entre 50 e 400 dólares (R$200 a R$1.600), incluindo o transmissor, receptor e a instalação. A estimativa é que as lâmpadas tenham um tempo de vida de dois anos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ARQUITETA CRIA PROJETO PARA MELHORAR MORADIAS AUTOCONSTRUÍDAS

Publicado por Outra Cidade em 23 de Janeiro de 2016
Por: Camila Montagner



O que é?  Mariana Estevão é idealizadora do Arquiteto da Família, inciativa que busca oferecer condições mais saudáveis de moradia para os habitantes do Morro Vital Brazil, em Niterói. O projeto começou em 2008 e é realizado pelo Soluções Urbanas em parceria com o Instituto Vital Brazil. Inspirado no programa médicos da família, os profissionais envolvidos prestam assistência técnica para os moradores da região.

Autoconstrução assistida
Mariana Estevão é arquiteta especializada em saneamento e acredita que o acesso ao conhecimento na sua área não deveria ser restrito à pessoas que podem pagar por ele. Depois de ter tido contato com o programa Favela Bairro no Rio de Janeiro, sua cidade natal, ela começou a buscar formas de viabilizar uma iniciativa que emulasse as políticas públicas de saúde já existentes, como o médico da família, mas fosse voltada para a habitação.
Foi assim que a ideia do Arquiteto de Família foi tomando forma, voltado para identificar os principais problemas das autoconstruções que representavam riscos à saúde e segurança das pessoas e ajudar a resolvê-los, considerando as demandas e possibilidades de cada família. O projeto começou em 2001, com o objetivo de disponibilizar acesso ao conhecimento em arquitetura para transformar aos poucos a comunidade do Morro Vital Brazil, em Niterói, onde atua desde 2008. Cerca de 400 famílias vivem no local e pelo menos 130 receberam a assistência de projeto e obra oferecida pela iniciativa e 50 estão atualmente envolvidas em uma das ações executadas para melhorar suas casas.
Além da orientação técnica, a ONG também auxilia no planejamento financeiro das obras, para evitar que ela seja interrompida por falta de dinheiro. As famílias podem recorrer a um fundo de microcrédito, que disponibiliza recursos com juros baixos a curto prazo –  que varia entre quatro a seis meses. Em último caso, são oferecidos subsídios parciais ou integrais sob a condição da família oferecer uma contrapartida que pode ser financeira, de mão de obra e/ou doação de material reciclável.
O projeto possui uma parceria com a TetraPak para trocar embalagens longa vida arrecadadas por telhas fabricadas com esse material. O morador que doa material reciclável recebe em troca uma moeda social local do sistema de ecobanco desenvolvido pelo Arquiteto de Família. Com a moeda, ele pode adquirir materiais de construção excedentes de obras ou doados por lojas porque não servem para comercialização, mas ainda estão em condições de uso. As aquisições são feitas nas feiras de troca realizadas a cada dois meses.


As obras são feitas pelos próprios moradores, que podem contar com a assistência da equipe da ONG Soluções Urbanas, organizada em 2002 para desenvolver o Arquiteto de Família. Desde que o trabalho no Morro Vital Brazil começou, foram formadas duas turmas de capacitação para autoconstrutores se tornarem assistentes de obra. Além da autoconstrução assistida, o projeto também organiza mutirões com a presença de pelo menos um pedreiro. Outra maneira de viabilizar as melhorias para as habitações é a empreitada, uma intervenção desenvolvida por profissionais que demanda armazenamento de materiais ou ainda a realocação dos moradores e seus pertences.
As reformas nas casas autoconstruídas começam por iniciativa do morador que procura o Arquiteto de Família em busca de assistência.  Junto com os membros da ONG Soluções Urbanas, as obras são planejadas, organizadas e executadas de maneira que proporcione condições mais saudáveis de moradia. Como a atuação do Arquitetos da Família é permanente, as melhorias podem ser realizadas aos poucos, respeitando as limitações de recursos e as prioridades das famílias assistidas.
Algumas obras se concentram em tornar o Morro Vital Brazil um lugar mais saudável para todos os moradores, como a canalização de um rio que havia virado um esgoto a céu aberto atravessando a comunidade e a construção de escadas e rampas, melhorando as condições de circulação interna e facilitando o acesso às casas.
Nós atuamos em várias frentes: orientação técnica, crédito e mão-de-obra de qualidade. Hoje nós sabemos que há um modelo de negócio viável com a articulação de atores do setor para criar uma rede de apoiadores. Mas sempre vai haver a necessidade de política pública para formular um modelo misto que ofereça assistência permanente.
Mariana Estevão,  presidente da ONG Soluções Urbanas
Mariana Estevão, idealizadora do projeto, está em São Paulo desenvolvendo uma parceria com a ONG Habitat para a Humanidade para formar agentes de melhorias nas comunidades de Vergueirinho e Bristol. Os agentes farão parte de uma rede de apoio comunitária para facilitar os processos de autoconstrução, também dando prioridade a resolução de problemas habitacionais que comprometam a segurança e a saúde das famílias.
Atualmente, o Arquiteto de Família está em busca de parceiros que viabilizem a continuidade do seu trabalho no Morro Vital Brazil. O impacto do trabalho da organização na comunidade pode ser medido de muitas formas: uma reforma de telhado pode reduzir em até 8ºC a temperatura interna de uma casa, uma canaleta para escoar a água da chuva que desce das encostas diminui a umidade e o risco de problemas respiratórios, resultado que também pode ser alcançado com a eliminação de infiltrações. Mariana também conta que melhorar as condições de moradia produz mudanças sutis no bem-estar das famílias e no dia-a-dia da comunidade que são difíceis de medir, mas que têm um papel importante na melhoria da qualidade de vida dos seus moradores.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Campo de futebol gera energia com movimento de jogadores

Por Revista Exame

Campo de futebol na Nigéria que gera energia cinética e solar
Campo tecnológico: placas de movimentação e solares captam energia
São Paulo – Um campo de futebol construído em Lagos, na Nigéria, está gerando energia. Ele usa uma combinação de sensores que transformam a movimentação dos jogadores em energia e placas solares.
O projeto foi feito pela Shell — que já havia lançado um campo similar a este no Rio de Janeiro, no final de 2014.
As placas que capturam energia de movimento foram desenvolvidas pela Pavegen. Elas são instaladas sob o gramado do campo e vão coletando energia cinética à medida que os jogos acontecem.
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De acordo com o site Quartz, as duas fontes de energia diferentes são capazes de manter a iluminação da comunidade ligada por 24 horas. É claro que a geração de energia cinética depende de quanto tempo as pessoas passarem jogando futebol no campo.
De acordo com a Shell, a ideia ao construir o campo é fazer com que uma nova geração passe a se interessar por assuntos como ciência e geração de energia.
Veja abaixo um vídeo (em inglês) do campo construído em Lagos apresentado pelo cantor Akon.

domingo, 17 de janeiro de 2016

HABITAÇÃO SOCIAL INOVADORA MARCA OBRA DE GANHADOR DO PRITZKER 2016

Publicado por Outra Cidade em 14/01/2016
Texto de Camila Montagner


Um dos trabalhos de Alejandro Aravena é a reconstrução de Constitución, cidade atingida por um tsunami em 2010 (Felipe Gálvez/Flickr)

O que é? Aproximar a arquitetura da sociedade em oposição ao projeto pelo projeto, mas sem desprezar o desenho é a principal proposta do chileno Alejandro Aravena. O arquiteto foi o ganhador da edição 2016 do Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura. O seu escritório Elemental construiu mais de 2,5 mil unidades de habitação social, entre outros projetos.
Focar no que é necessário, sem pré-concepções
Alejandro Aravena busca fazer uma arquitetura de soluções, que responda às necessidades sociais e se integre com as características do entorno. Em contraste com projetos arquitetônicos autorreferentes, seu trabalho tensiona os limites do campo profissional. Nos projetos habitações sociais projetadas por ele, há destaque tanto para o desenho quanto a relação com a localização.
Na sua concepção, a escassez de recursos é uma oportunidade para se concentrar no que realmente importa. A arquitetura que responde às necessidades mais urgentes da sociedade tem encontrado reconhecimento no prêmio Pritzker, do qual Alejandro Aravena é o mais recente nomeado. Nos anos anteriores, foram premiados Shigeru Ban que fez projetos de baixo custo e reduzido impacto ambiental, em 2014; e Frei Otto, responsável pela concepção de estruturas leves e resistentes como o teto do parque olímpico de Munique, eleito em 2015.
Na América Latina, onde a migração da população rural para as grandes cidades é intensa, o déficit de habitação se torna cada vez mais evidente na expansão sem planejamento, forjada na moradia informal. Para fazer projetos socialmente relevantes, Aravena defende que a população deve ser ouvida para que as estruturas sejam resilientes à instabilidade dos ciclos políticos.
A proposta do arquiteto é de que seja incluído um quarto “P”, de popular, nas chamadas PPS (parcerias público-privadas). A ideia é possibilitar que o setor público expanda sua atuação para além da cobertura dos déficits, sem abrir mão do controle por meio de regulamentações que garantam a geração de bem comum e não apenas lucro individual.
Em entrevista à repórter Mariana Siqueira, da revista AU, o arquiteto declarou que “Em um mundo desenvolvido, com muitos recursos, o risco é que se produza uma escassez de sentido. A característica distintiva e a contribuição que a América Latina pode ter seria unir contextos de certa escassez – e uma escassez de recursos pode levar a uma abundância de sentido e de bom senso”.
Um dos seus trabalhos mais representativos foi o projeto desenvolvido em Iquique, onde havia abundância de área para abrigar as edificações, mas pouco dinheiro para transformá-la em espaço construído. A solução encontrada pelo escritório de Aravena, o Elemental, foi construir estruturas expansíveis, que pudessem ser valorizadas ao longo do tempo. “Habitação não é apenas um refúgio para se proteger do meio ambiente, das intempéries, mas uma ferramenta para superar a pobreza”, argumenta o arquiteto que concebeu o complexo com 93 casas, construído em 2004.
Nem se limitar a fazer diagnósticos dos problemas sociais e se eximir de elaborar novas propostas, nem basear projetos na exibição criativa em si. O trabalho de Alejandro se encontra na fronteira entre a busca de respostas que se relacionem com o contexto e a inovação do desenho. Suas obras demonstram que é possível se submeter às leis de mercado sem abrir mão do impacto social.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Hidricidade: Usar hidrogênio para armazenar energia do Sol

Por Redação do Site Inovação Tecnológica -  

Hidricidade: Usar hidrogênio para armazenar energia do Sol
As usinas termossolares já são bem conhecidas - a novidade está em sua integração com o hidrogênio.[Imagem: University of Colorado]
Armazenar o sol no hidrogênio

Em busca de
 fontes limpas de energia e de abrir caminho para uma economia sustentável, pesquisadores estão propondo um novo conceito que eles batizaram de "hidricidade".
A ideia é juntar a geração de eletricidade a partir da energia solar com a produção de hidrogênio a partir de água superaquecida, obtendo uma produção de energia 24 horas por dia, sete dias por semana.
Trata-se de uma versão voltada para a energia solar comparável às diversas opções conhecidas como "armazenar o vento", estas voltadas para a energia eólica.
"O conceito de hidricidade que propomos representa uma potencial solução inovadora de geração contínua e eficiente de energia," disse o professor Rakesh Agrawal, da Universidade Purdue, nos EUA, coordenador do projeto. "O conceito proporciona uma excelente oportunidade para vislumbrar e criar uma economia sustentável para atender a todas as necessidades humanas, incluindo alimentos, químicos, transporte, aquecimento e eletricidade."
Hidricidade: Usar hidrogênio para armazenar energia do Sol
produção de hidrogênio com energia solar é uma das grandes esperanças para mudar a matriz energética mundial, embora a tão difundidaEconomia do Hidrogênio encontrou mais entraves do que se esperava. [Imagem: Peter Allen]
Eficiência e comparações
"A eficiência global sol-para-eletricidade do processo hidricidade, na média de um ciclo de 24 horas, chega próximo dos 35%, o que é quase a eficiência alcançada usando as melhores células fotovoltaicas juntamente com baterias," disse Emre Gençer, principal idealizador do conceito de hidricidade.
"Em comparação, o nosso processo armazena energia termoquimicamente de forma mais eficiente do que os sistemas de armazenamento de energia convencionais, o hidrogênio coproduzido tem usos alternativos nas indústrias petroquímicas, químicas, transporte e, ao contrário das baterias, a energia armazenada não descarrega com o tempo e o meio de armazenamento não degrada com usos repetidos," acrescentou Gençer.
Hidricidade
A hidricidade usa concentradores solares para focalizar a luz solar, gerar altas temperaturas e sobreaquecer a água, produzindo vapor para alimentar uma série de turbinas para geração de eletricidade, além de reatores para a separação da água em hidrogênio e oxigênio.
Hidricidade: Usar hidrogênio para armazenar energia do Sol
Os concentradores solares já são largamente usados, mas é a primeira vez que eles são pensados em conjunto com a produção de hidrogênio. [Imagem: Rehnu]
Os concentradores já são largamente usados em usinas termossolares, que aproveitam o calor do Sol, e não a luz, como fazem os painéis fotovoltaicos - há também concentradores para células solares, mas trata-se de uma tecnologia diferente.
Já o sobreaquecimento envolve aquecer a água muito além do seu ponto de ebulição - no caso proposto, entre 1.000 e 1.300 graus Celsius - gerando um vapor de alta temperatura adequado tanto para rodar turbinas com alta eficiência, como também para operar reatores solares para dividir a água em hidrogênio e oxigênio.
hidrogênio seria armazenado para utilização durante a noite, sendo queimado para sobreaquecer a água e manter toda a usina funcionando. O excedente também pode ser utilizado para qualquer outra aplicação, já que ele não gera emissões de gases de efeito estufa, podendo ser usado sobretudo em células a combustível.
"Tradicionalmente, a geração de eletricidade e a produção de hidrogênio foram estudadas isoladamente, e o que fizemos foi integrar sinergicamente estes processos e, ao mesmo tempo, melhorá-los," disse Agrawal.
O sistema foi simulado utilizando modelos computadorizados, e agora os pesquisadores esperam obter apoio para adicionar um componente experimental para a pesquisa, com a construção de protótipos e, a seguir, plantas-piloto de hidricidade.

Bibliografia:

Round-the-clock power supply and a sustainable economy via synergistic integration of solar thermal power and hydrogen processes
Emre Gençer, Dharik S. Mallapragada, François Maréchal, Mohit Tawarmalani, Rakesh Agrawal
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: Early Edition
DOI: 10.1073/pnas.1513488112