Por redação do Site Inovação Tecnológica - 20/11/2015
A técnica permite a criação dos microcanais em materiais poliméricos rígidos ou flexíveis, dependendo da aplicação. [Imagem: VTT]
Estampagem a quente
Pesquisadores finlandeses anunciaram o desenvolvimento de um "novo método de produção em larga escala de estampagem a quente de microcanais em grandes áreas de filme plástico".
Esses microcanais permitem a criação de "roupas inteligentes" nas quais a temperatura pode ser controlada bombeando ar ou líquidos frios ou quentes através da rede de microcanais.
Vários protótipos de roupa com ar-condicionado e aquecimento já foram testados antes, mas os canais eram grossos demais para serem práticos, ou eram limitados a pequenas áreas porque a fabricação de canais microfluídicos é muito complexa e cara, estando hoje limitada aos biochips.
Perfume, remédio e pimenta
A técnica permite a criação dos microcanais em materiais poliméricos rígidos ou flexíveis, dependendo da aplicação.
Por exemplo, um plástico macio e elástico é mais adequado para integração em roupas, enquanto um plástico rígido é mais adequado para aplicações em forma de cartão, incluindo dispensadores de perfume miniaturizados.
Outros usos possíveis desses cartões incluem a dosagem muito precisa de medicamentos ou servir temperos fortes em restaurantes.
Canais microfluídicos
Ralph Liedert e seus colegas do Centro de Pesquisas Técnicas VTT desenvolveram uma tecnologia de fabricação dos microcanais que é compatível com a fabricação industrial em larga escala, o que deverá baratear muito o custo dos tecidos.
"Canais microfluídicos minúsculos podem ser comparados com o sistema cardiovascular, por exemplo. Isso nos deu a ideia para outras aplicações do nosso novo método além dos canais de aquecimento ou resfriamento para roupas, como diagnóstico [médico], armazenamento e transporte de substâncias que só são necessárias em pequenos volumes, como perfumes e fragrâncias, ou que são muito caras, como medicamentos," disse Liedert.
Já tramita no congresso um projeto de lei, que isenta de IPI carros elétricos feitos no país, além de isenção de imposto de importação para peças e componentes sem similar nacional.
Embora ainda sejam considerados pela legislação como “outros”, os carros elétricos começam a ter um horizonte promissor no Brasil. Com o recente corte no imposto de importação, o carro elétrico ganha seu primeiro impulso no Brasil, fazendo com que as montadoras anunciassem lançamentos e redução de preço para o mercado.
Mesmo que os 35% não tenham o mesmo impacto do IPI, desejado pelos fabricantes, a medida já é uma grande iniciativa para fomentar o veículo com emissão zero no Brasil. Analistas de mercado comemoram a decisão, pois um primeiro passo foi dado nesse sentido.
Já tramita no congresso um projeto de lei, que isenta de IPI carros elétricos feitos no país, além de isenção de imposto de importação para peças e componentes sem similar nacional. Quando acontecer, o Brasil passará de importador para produzir de carros ecológicos.
Só com o abatimento do imposto de importação, os efeitos positivos já podem ser notados. O BMW i3, por exemplo, caiu de R$ 225.950 em seu lançamento no ano passado para R$ 169.900. O preço é “promocional”, mas já indica uma mudança com o incentivo fiscal.
Para a ABVE – Associação Brasileira do Carro Elétrico – o benefício ajuda, mas a referência de preço do mercado fica entre R$ 30 mil e R$ 100 mil. Para a entidade, o consumidor quer essa faixa de custo.
No entanto, a ABVE ressalta que a crise obriga o brasileiro a buscar uma solução econômica, mas em época de bonança, seria diferente. Haveria milhares de carros elétricos em circulação no Brasil, pois o consumidor tem interesse e busca novas tecnologias.
Em 2014, foram emplacados 885 carros elétricos no país, o que representa menos de 1% do mercado nacional. Esse ano, até o mês de setembro, o segmento emplacou 664. Ou seja, as vendas continuam no mesmo patamar. O corte no imposto de importação deve elevar esses números.
Na Europa, as vendas cresceram 82% e nos EUA, espera o emplacamento de 82,4 mil elétricos esse ano, sendo a maioria de Tesla e Nissan. Aqui, os carros elétricos são oferecidos em parcerias com empresas privadas, estatais e frotistas, tendo como única exceção o BMW i3, oferecido ao consumidor comum.
Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/11/2015
A pulseira tem uma precisão de dois centímetros e pode funcionar até 14 horas sem precisar de recarregamento da bateria. [Imagem: INVDES/Sunu/Divulgação]
Ecolocalização para cegos
Engenheiros mexicanos conseguiram transformar em produto uma técnica que vem sendo testada em vários laboratórios ao redor do mundo nos últimos anos.
O uso da ecolocalização por pessoas cegas passou a ser pesquisado depois que algumas pessoas sem visão passaram a desenvolver por conta própria a capacidade de se guiar pelos ecos gerados pelos sons que elas próprias geravam - geralmente sons produzidos com a língua.
Marco Trujillo Tejeda e Cuauhtli Padilla Arias, da Universidade de Monterrey, eliminaram a necessidade de qualquer treino ou desenvolvimento de habilidades por parte dos usuários.
Em vez de estalar a língua e treinar os ouvidos, a pessoa usa uma pulseira que emite os pulsos sonoros e detecta seu eco.
Pulseira-guia
A pulseira emite ondas sonoras de alta frequência que são refletidas conforme atingem os objetos à frente, voltando para um sensor instalado na própria pulseira, que então calcula a distância do objeto.
Para informar ao usuário, a pulseira transforma a distância do objeto em um ritmo de vibrações: quanto mais próximo estiver o objeto, mais rápida será a pulsação.
"A pessoa examina seus arredores movendo o pulso de uma lado para o outro, para antecipar a presença dos objetos e evitá-los," disse Trujillo.
Segundo os dois engenheiros, a pulseira tem uma precisão de dois centímetros e pode funcionar até 14 horas sem precisar de recarregamento da bateria.
A pulseira será comercializada pela empresa Sunu, fundada pelos dois pesquisadores, que não informaram o preço do equipamento.
O que? Milton Keynes está na Inglaterra, mas, se fosse colocada nos Estados Unidos, ninguém estranharia. Ela foi criada em 1967 sob conceitos urbanísticos muito diferentes dos adotados tradicionalmente na Europa, com descentralização de habitantes e serviços e trama de ruas e bairros que favorecem o uso de carros. Para resolver o crescente problema de deslocamentos pelo seu centro, a cidade concluiu que transporte de massa não era a solução e testa veículos elétricos para duas pessoas.
Um pouco de Estados Unidos a 72 km de Londres
Nenhuma cidade inglesa está tão distante de Londres quanto Milton Keynes. A cidade não fica no extremo norte, na fronteira com a Escócia, ou na ponta da Cornualha, a oeste. Também não é uma ilha no Atlântico. Ela está a apenas 72 km da capital, pouco antes da metade do caminho para Birmingham. A questão não é geográfica, é conceitual. E, enquanto os londrinos se orgulham do metrô, têm no ônibus de dois andares um de seus símbolos e se acostumam a usar as bicicletas compartilhadas, em Milton Keynes o caminho é o transporte individual, mas com um carro para um uso diferente do convencional.
Na década de 1960, o governo britânico queria aliviar a pressão populacional sobre Londres. Com isso, surgiu a ideia de criar uma nova cidade, de médio porte, a noroeste da capital inglesa. O responsável pelo projeto urbanístico foi o arquiteto Derek Walker. Formado na Universidade da Pensilvânia, ele seguia as ideias de Melvin Webber, um teórico sobre as cidades do futuro e como elas seriam adaptadas às telecomunicações e à massificação dos carros. A inspiração foi em Berkeley, cidade na região metropolitana de São Francisco (Califórnia).
O resultado disso foi uma cidade com cara de Estados Unidos no meio da Inglaterra. Milton Keynes é espalhada, com zonas residenciais espaçosas (ou seja, com espaço para guardar seu carro), zonas muito definidas, muitos estacionamentos nas regiões comerciais e rede viária feita para facilitar o uso de automóveis para o movimento pendular casa-trabalho. Era uma tendência da época, que pode ser vista em várias cidades norte-americanas e até em Brasília. A experiência inglesa funcionou por algum tempo, sobretudo porque a cidade manteve um tamanho compatível com o plano inicial (tem 250 mil habitantes).
No entanto, esse crescimento acelerou nos últimos tempos e ameaça sobrecarregar a infraestrutura. A prefeitura começou a estudar diversas opções, e o caminho adotado é bastante diferente da onda de transporte de massa e mobilidade ativa que se tem adotado pelas metrópoles do mundo. A cidade nasceu para carros, e de certa forma busca nessa vocação sua saída.
Carro elétrico em teste no centro de Milton Keynes (Divulgação)
Milton Keynes iniciou testes com carros elétricos para duas pessoas. O Lutz Pathfinder foi desenvolvido pelo departamento de robótica da Universidade de Oxford em conjunto com a empresa RDM e a Catapult. Esse veículo não precisa de motoristas e circula a baixas velocidades, apenas duas vezes a de um ser humano médio caminhando na rua. A ideia não é ser rápido a ponto de substituir o carro tradicional, mas servir como um intermediário entre o automóvel e a caminhada.
O funcionamento do sistema é simples. O Pathfinder tem o mapa do centro de Milton Keynes em seu sistema e cruza esses dados com os de sensores que identificam obstáculos pelo ambiente. A partir disso, ele traça o caminho para ir do ponto A ao B, de acordo com as coordenadas indicadas pelos passageiros. O carro elétrico seria público e operaria apenas para trajetos dentro da mesma área da cidade.
O objetivo é resolver o problema de mobilidade no centro de Milton Keynes. Devido a seu projeto urbanístico, a cidade não tem um centro tão adensado como suas vizinhas. A região é formada por grandes estruturas de lojas e escritórios, cercados por bolsões de estacionamento. Com isso, as distâncias são maiores que o normal, muitas vezes levando as pessoas a usarem carro para esse deslocamento. O Pathfinder serviria como um transporte público para essas viagens curtas, além de atender às pessoas com dificuldades de locomoção. Como a velocidade é baixa, ele poderia circular nas calçadas e passeios públicos, ao lado de pedestres.
Apesar de ser focado no centro, o projeto não é localizado. Ele seria integrado a um outro sistema, focado em carros semiautônomos que se conectam. Essa tecnologia ainda está em desenvolvimento e, por enquanto, ainda necessita da presença de um motorista por questão de segurança. Ela seria a responsável para os trajetos bairro-centro e ajudariam a aliviar os estacionamentos. Com isso, o centro teria novas áreas edificáveis e poderia se adensar mais, absorvendo as novas empresas que chegam à cidade.
A iniciativa de Milton Keynes coloca os ingleses em boa posição no desenvolvimento de carros autônomos, uma disputa em que até o Google está envolvido e pode ser uma opção para o futuro dos transportes. No entanto, foge da ideia de incentivo ao transporte de público. E, para a cidade inglesa, isso foi um caso pensado.
Estudos realizados pelo município mostraram uma dificuldade grande em viabilizar economicamente o transporte de massa. Como a cidade é pouco adensada, não há áreas que concentre demanda por bondes ou monotrilho. Para todos os bairros serem atendidos, a cidade teria de construir várias linhas, e a quantidade de usuários não daria retorno a esse investimento. Mas o próprio o conselho municipal admite que também quer evitar um “rompimento significativo e uma mudança no jeito de ser da cidade”.
É uma atitude ousada de Milton Keynes, e que certamente fará muita gente torcer o nariz. De qualquer modo, é interessante ver até onde vai a iniciativa dos carros elétricos no centro da cidade e a do sistema de carros semiautônomos. Um eventual sucesso servirá de inspiração para cidades de médio porte que cresceram com a prioridade em carros, como tantas nos Estados Unidos (e no Brasil).
O que é? No seu trabalho de conclusão de curso de engenharia elétrica, Douglas projetou um ponto de ônibus acessível para que deficientes visuais possam utilizar o transporte público com mais autonomia e, ao mesmo tempo, comunique a sua presença aos motoristas e às pessoas que também estão ali esperando. Chamado de Viibus, ele foi um dos ganhadores do Desafio Cisco de Inovação Urbana e terá seu primeiro protótipo instalado no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Ponto acessível
Douglas Toledo estudava em Campinas e morava em Itatiba, uma cidade vizinha, e fazia o seu trajeto diário até a universidade de ônibus. No mesmo ponto onde esperava sua linha, ele frequentemente encontrava uma senhora deficiente visual. Observando os problemas que ela enfrentava para saber da aproximação do veículo (e se era o veículo certo) e da dificuldade de seu embarque, ele percebeu como havia uma necessidade não atendida de um sistema inteligente que auxiliasse o deficiente visual que precisa usar transporte público.
A ideia foi adiante com o nome de Viibus (sigla para “Visually Impaired Intelligente Bus Stop”, ou “Ponto de Ônibus Inteligente para Deficientes Visuais”). Douglas conversou com Leonardo Campos e Adair Silva, dois deficientes visuais do Centro Interdisciplinar de Atenção à Pessoa com Deficiência da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, para saber quais são suas necessidades. A partir daí surgiu um sistema que integra ponto de ônibus, passageiro e veículo. O usuário é informado pelo ponto que se aproxima um coletivo da linha que ele precisa, enquanto o motorista do ônibus é comunicado que há um passageiro com deficiência visual esperando.
Leonardo testa o protótipo do Viibus (Divulgação)
No ponto é instalado um painel de seleção das linhas em braille, um modelo que foi testado por Campos e Silva, da PUC-Campinas. Além disso, é colocada uma base fixa de comunicação sem fio que detecta a aproximação do ônibus em um determinado raio de distância, que pode ser ajustado de acordo com a velocidade permitida na via. Uma vez que o ônibus chega até o ponto, o deficiente recebe uma notificação sonora para que possa fazer o embarque.
Durante o processo, os demais usuários que esperam no ponto também são informados da presença do deficiente visual por meio de um monitor e de sinalização visual. O objetivo disso é fazer que o sistema não substitua a necessidade interação entre as pessoas.
O equipamento se comunica na mesma frequência usada pelos celulares com um sistema similar que fica dentro do ônibus da linha escolhida no painel. Douglas procurou fazer um modelo que não dependesse da conexão com a internet, pois isso limita as áreas onde o Viibus poderia ser instalado. Mas ele também não descarta totalmente a possibilidade de conectar o equipamento com a rede.
O projeto se transformou no trabalho de conclusão de curso de Douglas na faculdade de engenharia elétrica. Depois, o Viibus acabou como um dos cinco vencedores do Desafio Cisco de Inovação Urbana, que buscava soluções para serem implementadas no Porto Maravilha, uma das áreas mais importantes do projeto olímpico do Rio de Janeiro.
Como o projeto depende da fabricação do equipamento para tornar os pontos de ônibus mais acessíveis, ele está em busca de investidores para poder produzir e instalar a tecnologia em outros lugares além do Porto Maravilha. Sua intenção é esperar o protótipo ser instalado para entrar em contato com as prefeituras, começando por Curitiba, Campinas e Sorocaba.
Eu quero apresentar para as prefeituras para que elas incentivem as empresas concessionárias do transporte público a adotarem o Viibus. Não tem uma lei que determine que pelo menos uma parcela dos pontos de ônibus sejam acessíveis para deficientes visuais, então estou buscando integrar outras soluções que conversem com o mesmo equipamento do projeto para oferecer isso para as cidades.
Douglas Toledo
No próximo dia 15, Douglas embarca para o Rio de Janeiro onde começará o processo de produção e instalação do primeiro protótipo que deve começar a operar até o fim de março. Ele passará os próximos cinco meses levantando recursos e estudando o número de linhas e de veículos que serão integrados ao protótipo. Uma das parcerias previstas para o Viibus é com o selo para comércio acessível Livrit, um projeto para mapear os estabelecimentos preparados para receber as pessoas com deficiência que também foi vencedor do Desafio Cisco.
A deficiência visual é a que tem maior ocorrência no país, atingindo 18,6% da população. Temos falado aqui de formas de tornar o sistema de transporte público mais legível, como o mapa do metrô, mas é importante que a cidade seja legível também em braille.
Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/11/2015
Teste da supercola sendo puxada de uma placa de vidro. [Imagem: Felice Frankel]
Água que cola
Ela é 90% água, transparente, maleável como borracha - e é uma supercola.
Esse hidrogel pode aderir a superfícies as mais diversas - de vidro, silício, cerâmica, alumínio e titânio até tecidos biológicos.
Em um experimento para demonstrar a capacidade da nova cola, os pesquisadores usaram-na para grudar uma pastilha de silício sobre uma base metálica. Em seguida, eles esmagaram a pastilha com um martelo - o silício se quebrou, mas seus pedaços continuaram presos no lugar.
Em outro experimento, o hidrogel foi usado para colar duas pequenas placas de vidro, uma das quais foi então usada para suspender um peso de 25 quilogramas.
Biocompatível
Essa força e resistência fazem com que o hidrogel seja um candidato ideal para revestimentos de proteção, incluindo de superfícies subaquáticas, em barcos, navios ou submarinos.
Como a cola de hidrogel também é biocompatível, ela poderá ser adequada para uma gama de aplicações relacionadas com a saúde, como revestimentos para catéteres e sensores implantados no organismo.
"É um gel muito resistente e adesivo que é na sua maior parte água. Basicamente, é uma água que cola," disse Hyunwoo Yuk, do MIT, nos EUA.
Bioinspirado
Yuk e seus colegas descobriram que, para colar fortemente, um hidrogel resistente e flexível precisa de duas características: dissipação de energia e ancoragem química.
Para dissipar a energia, o hidrogel é capaz de esticar de forma significativa sem reter toda a energia usada para esticá-lo. E a aderência química significa que o material liga-se à superfície que deve colar por meio de ligações covalentes entre sua matriz polimérica e o material a ser colado.
"Ancoragem química mais forte dissipação levam a uma colagem robusta. Os tendões e a cartilagem [dos seres vivos] fazem isso, de forma que nós realmente aprendemos esse princípio com a natureza," disse o professor Xuanhe Zhao, coordenador da equipe.
Bibliografia:
Tough bonding of hydrogels to diverse non-porous surfaces Hyunwoo Yuk, Teng Zhang, Shaoting Lin, German Alberto Parada, Xuanhe Zhao Nature Materials Vol.: Published online DOI: 10.1038/nmat4463
Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/11/2015
A tinta está em processo de patenteamento, e a equipe estima que ela poderá ser comercializada ao equivalente a US$40 por litro.[Imagem: Invdes/Divulgação]
Tinta para aquecimento
Enquanto você ainda não consegue comprar um aquecedor instantâneo de águana loja mais próxima, talvez possa ir se virando com uma tinta que funciona como um aquecedor solar.
A tinta eleva a temperatura da água a até 68º C, e custa 40% menos do que as tintas convencionais.
A equipe demonstrou o desempenho da tinta trabalhando com um cano que, exposto ao Sol, alcançava uma temperatura de 40º C. "Se nós adicionarmos a tinta 'supercondutora' a temperatura aumenta 70% e alcança 68º C," confirma Sandra Casillas Bolaños, do Instituto Tecnológico da Lagoa (ITL), no México.
Ela explica que a tinta funciona como uma caldeira graças a nanopartículas ativadas pela energia solar, gerando o aumento da temperatura.
Armadilha de calor
O material básico da tinta é formado por três camadas.
A primeira é uma nanopartícula magnética de titânio, responsável por aprisionar o calor. A segunda camada consiste de um revestimento de tungstênio, que os pesquisadores transformaram em um nanossal com álcool polivinílico. Finalmente, a camada mais externa é feita com cobre.
Um tratamento especial escurece o cobre, formando uma armadilha para reter o calor dentro das partículas. "Assim, o centro é aquecido mais intensamente: primeiro o titânio, em seguida, o tungstênio e, finalmente, o cobre," explica Bolaños.
Sistema de aquecimento doméstico
A tinta foi aplicada na superfície de canos convencionais usados em sistemas de aquecimento de água domésticos e foi testada para aquecer a piscina de um ginásio esportivo, onde dois milhões de metros cúbicos de água foram aquecidos de 26 para 37º C.
A tinta está em processo de patenteamento, e a equipe estima que ela poderá ser comercializada ao equivalente a US$40 por litro, sendo necessário apenas um quarto de litro para recobrir os canos em um sistema de aquecimento doméstico, segundo Bolaños.