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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Projeto de alvenarias não estruturais

Um projeto com o detalhamento adequado é o ponto de partida para uma boa execução evitando-se patologias futuras. Alguns pontos críticos devem observados durante a elaboração do projeto e execução da obra, conferindo a cada subsistema o correto desempenho, minimizando a ocorrência de problemas.
As estruturas em concreto armado com vedações em alvenaria são o processo construtivo mais tradicional de edificações. A utilização de mão-de-obra desqualificada e a baixa mecanização nos canteiros de obra resultam em elevados índices de desperdícios de mão-de-obra, materiais, tempo, recursos energéticos, proporcionando ainda poluição e consequente degradação ambiental.
Deve-se, portanto, buscar a racionalização do processo aplicando-se princípios de construtibilidade, desempenho e garantia de qualidade. Para tal são necessárias ações como: detalhamento em projeto de forma clara para que seja bem interpretada pela equipe de execução, comunicação entre áreas técnicas principalmente executiva e projetista, implementação de técnicas construtivas adequadas às condições de cada empreendimento, qualificação, treinamento e interação das equipes de execução e projeto, melhoria na normalização, controle de qualidade, alinhamento com suprimentos e rigoroso gerenciamento de obra e projeto.
O projeto deve ser concebido tendo em vista: vãos verticais e horizontais da estrutura com a modulação da alvenaria evitando-se o corte de blocos, modulação da alvenaria com as aberturas para esquadrias de portas e janelas, posicionamento das instalações com as características da alvenaria viabilizando a passagens dos dutos pelos componentes, especificação de todos os materiais de construção necessários incluindo traços indicativos de argamassas de assentamento e encunhamento, memorial descritivo da construção, forma de locação das paredes, execução dos cantos, escoramentos provisórios frente à ação dos ventos, forma de fixação de marcos e contramarcos, necessidade de cintas ou pilaretes de reforço para paredes com grandes dimensões, detalhes construtivos de ligações com pilares. Para tal todas as disciplinas têm de estar criteriosamente compatibilizada, processo este que deve ser iniciado na fase de projeto conceitual evoluindo até finalização da execução.
É importante também considerar-se em projeto que as lâminas de água sejam deslocadas rapidamente das fachadas, para tal pode-se adotar detalhes construtivos como beirais, pingadeiras, entre outros. Algumas outras recomendações devem ser seguidas tais como: a espessura das paredes externas não deve ser inferior a 14 cm e estas devem ser revestidas, o projeto arquitetônico deve contemplar detalhes que controlem o fluxo de água, adequada instalação de rufos nos encontros de alvenarias externas paralelas, pois são importantes para evitar a infiltração de água pelo topo das alvenarias, tratar adequadamente com selantes elastoméricos todas as juntas, escolher o sistema de impermeabilização adequado para alvenarias em contato com pisos laváveis, platibandas em terraços ou varandas, vigas baldrames e fundações.
A seguir são apresentadas diretrizes para a definição da sequência de execução de alvenaria que devem ser contempladas em projeto:
·          retardar ao máximo o início da elevação tendo-se a estrutura deformada em pelo menos dois pavimentos acima do qual será iniciada a alvenaria;
·           executar as alvenarias a partir de pavimentos superiores;
·           retardar ao máximo o início da fixação na estrutura, evitando-se prazos inferiores a 14 dias de sua execução, incorporando toda a carga permanente possível e iniciando-se as fixações a partir dos pavimentos superiores;
·           para a fixação de topo do último pavimento aguardar 30 dias após a execução da mesma e fixar apenas após instalação do telhado ou isolamento térmico ou, quando não for possível, executar isolamento térmico provisório e manter até a instalação da cobertura prevista;

·           para encunhamento pode-se utilizar cunhas de concreto pré-fabricadas, permitindo que a alvenaria trabalhe rigidamente ligada à estrutura, tijolos cerâmicos maciços inclinados e o preenchimento com argamassa expansiva, devendo-se analisar para cada caso a solução mais adequada. Nas duas primeiras soluções o espaço entre a alvenaria e a laje deve ser entre 10 cm e 15 cm, já na solução com argamassa expansiva a distância deixada deve ser de 2 cm a 3 cm. A utilização de tijolos cerâmicos maciços inclinados pode proporcionar problema na execução de um revestimento racionalizado, por se tratarem de dois materiais diferentes e com espessuras distintas;
·           Em estruturas flexíveis, sugere-se a ancoragem superior das alvenarias com insertos de aço fixados nas vigas ou lajes mediante furação, limpeza e colagem com resina epóxi.
·           No encontro de alvenarias com pilares de estruturas muito deformáveis devem igualmente ser empregadas juntas flexíveis, para limitar a introdução de tensões nas alvenarias pelas deformações das estruturas e para evitar destacamentos em função das movimentações higrotérmicas do material da alvenaria. Sugere-se aplicação de poliestireno expandido, poliuretano ou cortiça, sendo introduzido sob pressão, apresentando espessura um pouco maior do que a folga. A ancoragem destas alvenarias deve ser feita com tela metálica para evitar a transmissão de esforços e minimizar o surgimento de fissuras.

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