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sábado, 19 de dezembro de 2015

Google inaugura sua aceleradora e busca startups no Brasil

Fonte: exame.abril.com.br

Sede do Google na Califórnia
Google: a gigante da tecnologia decidiu criar sua própria aceleradora de startups

São Paulo – Se o seu negócio lida com tecnologia, atenção: o Google pode estar de olho nele. A gigante anunciou hoje a criação de uma aceleradora de startups própria, chamada “Launchpad Accelerator”.
O projeto será lançado no Brasil, na Índia e na Indonésia. Isso porque os três países são vistos pelo Google como regiões de grande potencial e de alto crescimento no número de smartphones, explica Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.
Fabio Coelho e José Papo, do Google Brasil
Fabio Coelho e José Papo, do Google Brasil: gigante da tecnologia está procurando negócios no Brasil, na Índia e na Indonésia
“Esse acesso deve ser acompanhado pelo crescimento no número de empreendedores que desenvolvem ferramentas no segmento mobile. Temos conseguido, dentro da empresa, mostrar que vale a pena investir no Brasil.” Ao todo, o investimento do Google até agora foi de 2,5 milhões de dólares – o equivalente a 9,75 milhões de reais, segundo o câmbio atual.
O processo de aceleração dura seis meses – ou seja, serão duas edições por ano, começando em janeiro de 2016. A expectativa é selecionar 40 startups no ano, sendo que 15 serão do Brasil. Foram selecionadas oito empresas brasileiras para a primeira edição: AgroSmart, Cuponeria, Elo7, Hand Talk, ProDeaf, Qranio, SuperPlayer e UpBeat Games.
Para a aceleração do segundo semestre, é possível se inscrever desde já, pelo site. Ainda não está definida a data de encerramento das inscrições e nem a da divulgação dos resultados. Porém, a aceleração começará em julho. A ideia é escolher por volta de sete projetos, totalizando os 15 projetos brasileiros estimados para 2016.

Seleção

José Papo e alguns dos empreendedores selecionados no programa LaunchPad Accelerator, do Google
A Launchpad Accelerator pretende funcionar em parceira com outras aceleradoras, e não como concorrente, explica José Papo, responsável pela iniciativa no Brasil. Isso porque o objetivo é ajudar startups em estágio mais avançado, que possuem um produto lançado e com impacto comprovado na economia local, além de potencial para atender mercados globais. Sendo assim, os negócios precisam ou já ter passado por um processo de aceleração ou já ter recebido algum tipo de investimento.
“Buscamos negócios que querem entrar em uma fase de crescimento mais acelerado. Queremos proporcionar mais um canal de saída para essas startups, dando visibilidade”, afirma Papo. O foco da iniciativa está em startups na área de tecnologia, especialmente nos campos de desenvolvimento de aplicativos e de internet das coisas.
Para essa primeira turma, o Google contatou aceleradoras e fundos de investimentos brasileiros. As instituições indicaram empreendedores, que responderam a um questionário. Uma equipe do Google nos Estados Unidos analisou as respostas, a estrutura da equipe e o potencial disruptivo da tecnologia desenvolvida na startup.
Para a segunda turma, não haverá o processo de contato com aceleradoras e fundos: o cadastro e o questionário serão feitos pelo próprio site. O processo de análise será o mesmo da edição anterior.

Aceleração

O investimento financeiro do Google será de 50 mil dólares (195 mil reais) por startup. Já em janeiro, as startups da primeira turma irão passar duas semanas na sede do Google, em Mountain View, no Vale do Silício (Califórnia, Estados Unidos).
Tanto lá quanto durante o resto da aceleração, a empresa disponibilizará o acesso aos especialistas do Google e também de fora dele, em diversos países. “O Google irá fazer a ponte entre os empreendedores e contatos nos Estados Unidos e em Israel, que são polos de startups inovadoras em que a empresa atua fortemente. Os brasileiros também podem se conectar com a Índia e a Indonésia, que participam da mesma aceleração. A ideia é gerar negócios que a gente nem imaginava”, explica Papo.
Ao voltar de Mountain View, os acelerados poderão ficar no Google Campus São Paulo, um espaço ainda em construção e que deve ser inaugurado no primeiro trimestre de 2016. Se preferirem (ou se não houver como alocar todos os participantes), também poderão trabalhar nos espaços de coworking da Plug.
Por fim, o Google oferecerá créditos em produtos de computação em nuvem da empresa, totalizando 100 mil dólares (390 mil reais) por startup. O valor pode ser gasto em um ano.
Portanto, ao todo, os benefícios oferecidos serão o investimento em dinheiro (seed funding), a visita à sede do Google, mentorias e networking, espaço de coworking e créditos em produtos de Cloud da empresa.
A gigante ressalta que, diferente da maioria das aceleradoras, não cobra uma participação na startup em troca dos benefícios. “Queremos fortalecer o ambiente digital. Não adianta ter só o Google. Precisamos aumentar o bolo, fazer essa economia crescer. Isso reverte não só na sociedade, mas na nossa própria empresa.”

Depoimentos

Os empreendedores das startups AgroSmart, Cuponeria e Elo7 estavam no evento de lançamento da Launchpad Accelerator e deram depoimentos a EXAME.com sobre como foi a seleção e o que esperam da aceleração.
A Cuponeria, plataforma móvel de cupons, participou de programas da Start-Up Brasil e da Aceleratech. O negócio foi indicado por meio dessa última instituição. “Uma das nossas pretensões é reforçar nossa parte mobile, que a usabilidade do aplicativo fique excelente para o usuário”, explica a sócia Nara Iachan. “A experiência no Vale também será incrível. Qualquer startup tem essa experiência como objetivo”. Os sócios-fundadores são Nara, Lionardo Nogueira e Thiago Brandão.
Já a AgroSmart, que provê agricultores com informações efetivas sobre suas plantações, foi convidada pelo próprio Google a se inscrever na seleção. O negócio já tinha sido acelerado pela Baita. “A gente pode expandir um pouco nossa equipe. Estamos centrados em Campinas, mas podemos contratar desenvolvedores em São Paulo, por exemplo”, explica o sócio Anderson Casemiro – que ressalta que, na verdade, todas as partes do programa são fundamentais para a AgroSmart. O negócio é dirigido por Casemiro, Thales Nicoleti, Raphael Pizzi e Mariana Vasconcelos.
A Elo7 atua na compra e venda de artesanatos. O negócio já tinha recebido investimento do fundo de investimentos Monashees, e por meio dele veio o contato para participação do processo. “Como startup, essa visibilidade que vem da chancela do Google é muito importante”, conta o fundador Guto Araújo. “Na área de tecnologia, temos inovações em desenvolvimento e será bom discutir essas questões, de arquitetura, no Google. Por fim, poder ver o que está acontecendo na Índia e na Indonésia será bem legal, conversando em Mountain View.” A startup foi fundada por Araújo e Carlos Curioni.

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